segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entrevista Exclusiva com Valter José.

Entrevista exclusiva com o diretor e critico pornô Valter José.


1- Conte como foi sua experiencia como critico de filmes pornôs no Set- O Melhor do Video Erotico.

Foi ótima. Por duas razões. A primeira era que o pessoal era ótimo. Tinha o Sérgio Martorelli, o Nikki Nixon , o próprio José Augusto Lemos, o Carlos Primati e muitos outros. A segunda razão era que vivíamos a melhor fase dos filmes e vídeos pornôs. Havia coisas ótimas tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
O nível dos colaboradores da revista era muito alto. Todos assistiam tudo e adoravam o pornô. Havia lá muito entusiasmo e muita alegria. Mais um pouco nos tornaríamos um espécie de Cahiers du Cinema do pornô. Tanto que depois eu mesmo me tornei diretor, assim como o Sérgio Martorelli que dirigiu algumas coisas.

2-Fale um pouco de seus filmes como diretor nos anos 90, e como foi os bastidores das filmagens, e a recepção do publico com o filme nas locadoras na época.

Quanto comecei a dirigir, eu tinha duas intenções. Tentar fazer o mesmo que faziam na época os meus ídolos principais John Leslie, Mário Salieri e Michel Ricaud. Os bastidores eram legais, apesar dos problemas. O Stanlay (dono da Buttman) não me ajudava muito, só reclamava e quase não dava dinheiro para coisas tipo alimentação e locação.
Quanto á recepção foi muito legal. Eu sempre tinha bom retorno dos representantes e das locadoras. Tanto que cheguei a dirigir quase dez filmes, mesmo tendo que agüentar as bobagens do Stanlay.

3-Quais as principais diferenças do porno de hoje, para o de antigamente , conforme sua experiência no meio ?

O pornô dos anos 90 do século passado era mais diversificado. Tanto que era viável ter uma revista de crítica de filmes e vídeos pornôs. Havia coisas de todos os tipos, coisas geniais, coisas bem feitas e coisas mal feitas. As atrizes, por exemplo, tinham mais personalidade e mais carisma.
Á partir de 2000, mais ou menos, as coisas começaram a piorar. O pornô passou a sofrer a influência e o poder das produtoras gonzo, tendo á frente a Evil Angel que padronizou as cenas violentas e a mesmice. Foi a Evil Angel também que padronizou a exigência de se cuspir no rosto da atriz, de mostrar o ãnus das atrizes para a câmera.
Ok. Ok. A violência teve seu início realmente com Max Hardcore(hoje cumprindo pena na prisão) , por volta dos anos 90, mas “gente” como Rocco Siffredi (gayzaço italiano, louco por travecos brasileiros), protegido de Stagliano (outro louco por travecos, hoje soropositivo).
O mercado então se tornou um balcão de horrores e violência, e não conseguiu vencer a competição com a internet e a pirataria. Sem contar a estupidez dos produtores e falta de talento.



4-Dentre as personalidades do pornô que vc conheceu pessoalmente, qual a mais simpática, e qual a mais decepcionante, e porque ?

A pessoa mais simpática foi Pierre Woodman, mas em geral todas foram simpáticas. A que me decepcionou um pouco pelo físico foi a Ashlyn Gere, por estar incrivelmente magra. Mas quem eu adorei mesmo foi a Tanya Russof


5- Cite suas atrizes e diretores preferidos no porno, e qual a perspectiva que vc enxerga nesse meio, a curto, médio e longo prazo ?

Das atrizes eu gosto de todas com exceção talvez da francesa (sim francesa) Katsuni, que é muito gostosa, faz ótimas cenas, mas é meio burrona. Ela, por motivo de prestígio e puxa-saquismo, permite que Rocco Siffredi a trate como a mais ínfima das cadelas (vide Fashionistas) e depois reclama que Mário Salieri a tratou mal. Ora, ora, ora....
Os meus diretores preferidos são Mario Salieri, John Leslie, William H. (da Elegant Angel), Eli Cross (apesar de alguns errinhos técnicos), Hervé Bodillis, Yannick Perrin, Érika Lust (tem ótima técnica e é uma gata), Xavi Dominguez.
O pornô heterossexual (só esse me interessa) sairá da pasmaceira quando permitir a liberdade, que diz defender da maneira mais hipócrita possível. Porque obriga os diretores a obedecerem a práticas bissexuais, por exemplo, enfiar tudo o tipo de porcaria nos ânus das mulheres, cuspir na cara delas (aliás, no Brasil o ator Jota é o campeão dessa prática), agarra-las pelo pescoço e outras porcarias.
O pornô hetero precisa se abrir mais para as novas formas de captação de cena, deixar um pouco de lado a falta de talento.
Pelo que estou sabendo a Elegant Angel está pelo menos tentando melhorar. Hoje suas cenas focalizam mais as mulheres, são elas que escolhem os parceiros. São elas opinam se querem ou não cenas hards. Tanto que Patrick Collins (que abençoa o dia em que saiu do inferno literal que é a Evil Angel) está tentando mudar um pouco a cara do pornô, com novas formas de marketing e publicidade.


Obrigado pela entrevista, pode deixar suas mensagens e considerações finais, muito grato.

Muito obrigado pela oportunidade

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